Autor: Alexandro Foletto
No livro intitulado “O suicídio” Émile Durkheim trata o tema como um fato social, naturalmente podemos perguntar, como? O suicídio não é um ato individual? A proposta feita por Durkheim está na premissa de que todo indivíduo que se suicida está sob posse de uma angustia tão insuportável que acaba cogitando abreviar a própria vida, apesar disso, nem todos “apertam o gatilho”, existe, portanto o que chamou de variáveis sociais que seriam os motivos que causariam o desejo por desistir da vida.
De imediato Durkheim coloca que a variável que determina a opção pela abreviação da existência está ligada à vulnerabilidade dos laços sociais. O fato é que indivíduos casados se suicidam menos que sujeitos não casados (esse dado até hoje não foi refutado), uma segunda variável é que o indivíduo que tem filhos se suicida menos do que alguém sem filhos, uma terceira variável é que quem tem pais vivos tende a se suicidar menos que alguém que não os tem e o mesmo se aplica para quem tem uma vida financeira estável. Isso revela que pessoas que não estão inseridas na vida social (por meio familiar ou econômico) tem maior probabilidade de cometer suicídio.
Além desses pontos há também uma grande variação entre pessoas que frequentam algum culto religioso, que tendem a suicidar-se menos que quem não frequenta (dirigir-se a um culto religioso cria laços sociais), o mesmo acontece com quem trabalha junto a um grupo. Portanto a sociedade age sobre o indivíduo, cada comunidade social tem uma inclinação para o suicídio, e desta derivam as inclinações individuais.
São três tipos que afligem a sociedade. O primeiro é o suicídio egoísta que é causado pela decepção provocada por desintegração social, angústia ou depressão. Ocorre se alguém se afasta de alguma das instituições sociais (família, igreja, escola, partido político, etc.) ou até mesmo alguma decepção que levaria a falta de convívio.
O segundo foi chamado de suicídio altruísta que ocorre quando um indivíduo valoriza a sociedade mais do que a ele mesmo. Pode parecer estranho, mas temos como exemplo o evento de 11 de Setembro de 2001, quando homens que pilotavam aviões se chocaram contra o World Trade Center em Nova York. Para Durkheim, os agentes desse atentado podem ser classificados como suicidas altruístas, pois se identificavam de tal forma como o grupo Al Qaeda (ao qual faziam parte) que se dispuseram a morrer por ele.
No terceiro caso há o suicídio anômico, que é aquele que se deve a um estado de desordenamento, onde as leis e o respeito falham. Como exemplo, podemos citar a corrupção praticada por políticos e funcionários públicos entre outros tantos, em suma, a perda total de referência moral.
Para concluir podemos dizer que O SUICÍDIO de Durkheim salienta que quanto maior o grau de concordância social menor será a tendência para o indivíduo pôr fim à própria vida.
Faz sentido! Gostei!
Excelente resumo do pensador Durkheim.
Os pontos principais muito bem abordados.
Eu concordo com a linha de pensamento dele, onde o social tem forte influência sobre a vida dos sujeitos em sociedade.