A Educação Grega no Período Clássico: Atenas x Esparta

André Pontes Silva*

A EDUCAÇÃO NO PERÍODO CLÁSSICO EM ESPARTA

Por volta do ano 800 a.C., na estrutura social da Grécia, surge a cidade-Estado chamada Pólis com estruturas política e social próprias. Entre elas, frequentemente explodiam conflitos seguidos por guerras, conforme afirmam Krastanov e Corrêa (2013). Os mesmos autores ressaltam que na Pólis, frequentemente aconteciam conflitos que provocavam guerras; essa situação chamava a atenção do Estado, que aplicou um modelo de educação capaz de preparar os indivíduos para defender o Estado em conflitos e guerras; uma vez que o bem do Estado conferia o maior valor às ações humanas.

A ideia de um Estado com ausência de conflitos e guerra acabou comprometendo a dimensão subjetiva dos indivíduos que eram preparados para a defesa estatal, em razão de que as autoridades da província conferiam à educação uma grande responsabilidade: formar cidadãos compatíveis com o projeto político de Esparta.

A EDUCAÇÃO NO PERÍODO CLÁSSICO EM ATENAS

Ainda no período clássico Atenas agia diferente de Esparta, tendo como ideal educativo: a ginástica, a música e a escrita. Além de proporcionar o condicionamento físico e preparar o guerreiro, a ginastica representava também uma característica harmônica de corpo e mente; o que nos leva a pensar que talvez promovesse também reflexões. A música projetava respeito e controle; senso de temperança e moderação nos jovens. Por sua vez, a escrita estava relacionada à aprendizagem e obtenção de conhecimento, essa circunstância denota grande salto da educação ateniense e, também, de toda cultura grega: a Paidéia, no sentido de formação do cidadão perfeito.

DIFERENÇAS ENTRE OS FINS SUBJETIVOS E OBJETIVOS ESTABELECIDOS EM ATENAS E ESPARTA

A educação no período clássico em Esparta priorizava a preparação de indivíduos para defender o estado contra os conflitos e guerras, esta atitude prejudicava de forma significativa a formação subjetiva. O Estado espartano considerava as crianças e os jovens como sua propriedade, os quais deveriam ser moldados conforme seus fins; por outro lado a formação objetiva se sobressaía, pois, os indivíduos eram produzidos pelo Estado de modo que chegassem ao ápice da preparação física, objetivando a melhor defesa possível.

A educação no período clássico em Atenas era praticamente o contrário de Esparta, ou seja, priorizava a formação subjetiva do homem. Conforme descrevem Krastanov e Corrêa (2013), se o Estado espartano atestava a propriedade das crianças, em Atenas, tal propriedade cabia à família e, antes, ao pai; desse modo, a formação subjetiva ganhava mais espaço. Todavia, a formação objetiva também estava agregada, uma vez que os momentos promovidos pela ginástica, pela música e pela escrita também se caracterizavam uma formação objetiva coletiva.

Desta forma, ficam explicitas as diferenças entre os fins subjetivos e objetivos estabelecidos em cada uma das cidades-Estado de Atenas e Esparta: Esparta priorizava a formação objetiva (relacionada à sociedade) almejando a melhor defesa possível para o Estado, e Atenas priorizava a formação subjetiva (relacionada ao indivíduo) objetivando a melhor formação do homem como ser integral.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORRÊA, R. A.; KRATANOV, S.V. Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação. Batatais: Claretiano, 2013.


*André Pontes Silva. Graduado em Educação Física. Cineantropometrista titulado pela International Society for the Advancement of Kinanthropometry (ISAK). Qualificado em Avaliação Física Funcional e Genética pela Federação Internacional de Educação Física (FIEP). Capacitado em APH, Resgate e Socorro. Aperfeiçoamento em Dislexia. E-mail: <vozandrepontes@gmail.com>.

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