Filosofia? O que é isto?

Por Alexandro Foletto

Gostaria de propor uma reflexão acerca do que é a filosofia. Etimologicamente a palavra Filosofia provém do grego, e significa “Amor pela sabedoria”. Realmente, é o amor pela sabedoria que conduz o filosofo a investigar as questões fundamentais que provocam a humanidade, como por exemplo: sobre quem somos nós e porque estamos aqui. Por mais que seja classificada como uma ciência social, a filosofia acolhe qualquer assunto que se é capaz de pensar.

Podemos salientar, após ter feito essas considerações, que com a filosofia somos capazes de averiguar diversos conceitos em prol de ajudar o homem a ter uma maior compreensão sobre o mundo em que está inserido, e com ela podemos explorar conceitos como o sentido da vida, a moralidade, como se dá o conhecimento, a existência de Deus, política, religião, arte, enfim, a filosofia verdadeiramente não possui fronteiras.

O início da filosofia ocidental tem suas raízes no trabalho dos filósofos gregos, que por volta dos séculos V e VI a.c buscaram esclarecer com o auxílio da razão o mundo, a existência e o universo, sem recorrer a explicação sobrenatural, já que naquele período haviam as narrativas mitológicas.

Filosofia é o que todos fazemos quando nos deparamos com questões acerca da existência, pois somos criaturas naturalmente curiosas e não há motivo para deixar de levantar perguntas. Somos portadores de uma poderosa capacidade intelectual que não serve apenas para copiar instruções técnicas, mas sim, também averiguar indagações superiores sobre tudo o que nos envolve. O autoquestionamento está intrinsecamente ligado ao ser humano.

Alguns aspectos do pensamento de John Locke

 Autor: Alexandro Foletto*

John Locke nasceu em Wrington, na Inglaterra, em 29 de agosto de 1632, e foi um importante filósofo inglês, considerado um dos líderes da doutrina filosófica conhecida como empirismo, a qual afirma que o conhecimento vem apenas, ou principalmente, a partir da experiência sensorial.

Qual é o Propósito do Governo? John Locke explica

Locke apresenta em seu livro “Ensaio acerca do entendimento humano” uma importante crítica à ideia de inatismo, que consiste em dizer que o conhecimento é anterior à experiência. Para Locke, no entanto, o conhecimento de forma alguma poderia vir antes da experiência, pois a fonte de todo o conhecimento nasce na própria experiência empírica. Para o citado filósofo a mente é um tabula rasa que aos poucos vai sendo preenchida pelas experiências que temos do mundo.

As impressões que os sentidos proporcionam são impressas na mente, assim, haveriam duas formas de surgimento de ideias, pela sensação e pela reflexão feita a partir da experiência. Partindo desse pressuposto as ideias podem ser simples ou complexas. As ideias simples são as que nos surgem passivamente pelo entendimento, de forma embaralhada num objeto, mas que podem ser separadas pelos diferentes sentidos pelos quais as percebemos, como: a textura lisa, o aroma perfumado, o gosto doce, a consistência firme e a cor vermelha são ideias simples que podemos distinguir da maçã. Ideias complexas se referem ao processo feito pela mente quando, ao ser preenchida dessas ideias simples, combinando-as, formam as ideias complexas, como, por exemplo, a maçã em sua totalidade.

Outro ponto a ser destacado são os fundamentos da certeza. John Locke afirma que os graus de conhecimento são três. O intuitivo, que é aquele em que a mente percebe pela reflexão o acordo ou desacordo entre duas ideias imediatamente, como por exemplo, quando percebemos que o branco não é preto, o quadrado não é triângulo. Este seria o tipo mais seguro e claro de conhecimento humano. Outro grau de conhecimento é o demonstrativo: é quando a mente necessita de ideias “extras” para perceber o acordo ou desacordo entre outras duas ideias, são as ditas provas. Para saber, por exemplo, que a fé em Deus é plausível. E o terceiro tipo de conhecimento por sensação, que é a percepção que temos de objetos externos através dos sentidos.

A filosofia lockeana além de apresentar aspectos do conhecimento e como nossa mente se porta perante os estímulos, trata também da tolerância religiosa e estado político. No primeiro ponto, a tolerância religiosa consiste em respeito pleno a todas as denominações, sem privilegiar uma em detrimento a outra. O segundo ponto, o estado político, é regrado pelo “contrato social”. Para ele todos os homens, ao nascer, tem direitos naturais, como por exemplo: direito à vida, à liberdade e à propriedade. Para garantir esses direitos naturais, os homens haviam criado regras, a fim de manter a ordem e conviver bem, sendo dever do estado político garantir tais direito.

 

Referências:

ABRIL CULTURAL. Coletânea os pensadores: Locke. São Paulo, 1978.

___________________________

*Acadêmico do curso de Filosofia da Faculdade Palotina – FAPAS-RS. E-mail: alexandrofoletto1996@gmail.com.